sexta-feira, junho 06, 2008

Este meu fado triste
























Este meu fado triste
António Zumaia


Este fado que magoa,
numa guitarra a trinar;
É no amor a Lisboa,
que eu sinto o seu cantar.

Fado é alma de gente,
que labuta pela vida…
De muito triste a contente,
ou da saudade perdida.

Lisboa é meu cantar,
a guitarra melodia.
Da janela ver passar,
a mulher que eu queria.

Vejo a luz do seu olhar,
perdido na imensidão.
Da janela a ver passar,
essa doce ilusão.

Não cantarei mais o fado,
a minha triste canção.
Solta a guitarra o trinado,
em forma de coração.

Na esquina ela virou…
Quedo triste amargurado,
tudo o que ela me deixou,
foi apenas… o meu fado.

Sines – Portugal
11/12/2007

domingo, maio 11, 2008

No meu sonho...























No meu sonho...
António Zumaia

São sonhos... que impedido de sonhar,
trazem-me maresias... marés bravas;
Não queiras... porque assim vou acabar,
nesse sonho... sem saber onde estavas.

Sei bem que era comigo que falavas;
A ternura sempre foi alimento,
desta vida doida, que tu me davas...
Não posso perder-me, a teu contento.

O teu corpo é meu palácio encantado,
teus seios o meu sonho e delírio;
Teus meios... tudo que tenho sonhado.

Em devoção ergo-te o meu círio,
dou-me para ti, completo e acabado;
Sentindo-te em mim... ó meu doce lírio.

Estoril - Portugal

Neva no Amor


















Neva no amor
António Zumaia

Sinto que minha alma arrefeceu;
Neva na soleira da minha porta…
Alva e branca e nela se escreveu,
o muito frio, que minha alma suporta.

A brancura dilúvio de pureza,
faz-me acabar num deserto bem triste.
Há frio em mim como na natureza;
Beijo molhado e frio, que em mim persiste.

Foi nesse beijo que tudo me deu,
como levou tudo que era meu…
O poema escrito quando nevou,

perdeu-se nas águas ao derreter,
eu e ela iremos esquecer;
Porque ao calor do sol… tudo acabou.

Sines - Portugal

Senda da Vida


















Senda da Vida
António Zumaia

Já tive um amor na vida;
Dos meus olhos foi a luz.
Essa mulher tão querida,
foi meu calvário... e cruz.

Iluminou meu caminho,
torneado de ventura.
Foi encanto e carinho,
ao dar-me a sua ternura.

Até que um dia partiu,
sem eu saber a razão;
Foi um terrivel vazio,
que ficou no coração.

Sines - Portugal

Simplesmente sonho














Simplesmente sonho…
António Zumaia

Já morri numa triste madrugada;
Digladiando-me em triste dor…
Renasci, sonhando a mulher amada,
Rodeada… de pétalas de flor.

Mas perdi-a num bem triste destino;
Não foi feliz nas flores que colheu.
Seu amor foi lesto e peregrino;
Tempo e vida… tudo se perdeu.

Foi destino de morte anunciada,
porque a rosa no tempo feneceu;
Nas folhas de um livro abandonada.

Poema que lá estava, ela não leu;
Teria visto o quanto foi amada…
Trilhou destino… que não era o seu.

Sines Portugal

Esse tempo que me foi dado














Esse tempo que me foi dado
António Zumaia


Malvado tempo que o cabelo embranquece;
Passando ao ritmo do bater do coração...
Só o bom vinho desta minha região,
me faz pensar que a idade enobrece.

Mas nunca nesta vida precisei correr,
Sim! Este coração já viveu por amor.
Foi feliz, teve desgraça e muita dor,
nesta estrada percorrida a viver...

Este meu corpo já foi hino de prazer,
espraia-se agora na recordação;
No deleite deste vinho, que faz viver.

Olho as minhas mãos, delas sai a ilusão,
na poesia que ainda posso escrever.
Sou feliz! Porque bate o meu coração.

Sines – Portugal

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Vil máscara






















Vil máscara…
António Zumaia

Vil máscara de mil cores enganosa;
Doente a perversidade escondia.
De arco-íris vinha tão formosa,
cantava o Trovador que a queria.

Na máscara a sua vida escondeu
e deu ser, aos seus macabros desejos.
O Trovador nunca compreendeu,
que a traição se escondia nos seus beijos.

No Broquel enfeitou o seu punhal;
Nas cores deu destino à sua sorte.
Expurgou-se de tudo o que era mal
e o Trovador sentiu em si… a morte.

Sines - Portugal
14/01/2008

terça-feira, janeiro 15, 2008

AMO

















Amo
António Zumaia

Amo as pedras que tu pisas.
Amo a mulher que tu és.
Amo a espuma das marés,
quando nelas tu deslizas.

Amo se me fazes perdido.
Amo quando te entregas.
Amo até quando sonegas,
sussurros no meu ouvido.

Amo porque és meu sonho.
Amo a estouvada mulher.
Amo quando ela me quer,
dar um destino risonho.

Amo o ar que tu respiras.
Amo tudo que me dás.
Amo tudo que és capaz,
porque no amor tu deliras.

Amo ser teu e tu minha.
Amo louco o teu gemido.
Amo dizer-te ao ouvido,
que tu és minha rainha.

Sines - Portugal
09/01/2008