quinta-feira, julho 29, 2004

Dança da vida ...
















Dança da vida.
António Zumaia

Que dancem as doces valquirias,
neste vendaval de mil cores...
Criem em mim,
o sonho da vida,
amar e ser amado...
Entre muros da prisão.
Duros ferros da vida,
grades do meu coração...
Sentir o sol a nascer,
no teu corpo de menina...
Harpas cantem a vida ,
nos claustros do entardecer...
Quero essa querida ,
nem que tenha de sofrer...

Dança ... dança ... mulher
esquece tudo o que te dou.
Sou um homem qualquer,
que apesar de tudo ... amou.

Quero do teu corpo os lírios,
como belo livro que se lê,
na luz mortiça dos sírios...
Poesia ... que não se vê.

É desumano o castigo,
ser condenado a sonhar.
Porque tu existes,
teu corpo sei que é meu...
Em dança...
Na distancia persistes,
na melodia que Deus me deu...
Imagem da neblina...
Ao longe , no pensamento,
esse teu corpo , de menina
Me foge sem um lamento...

Dança mulher ... dança
que o meu ser , não te alcança.
Estou condenado a viver...
Estou condenado a sofrer...
Criei as grades da prisão,
Bem dentro do meu coração...

Sines – Portugal
22.07.2004

Querida mãe...













Querida mãe ... Um recado para ti.
António Zumaia


Mãe...

Ouve este gemido e este lamento .
Teu filho a vida , está a viver...
Esta saudade que tenho é tormento ,
porque tua ausência , me faz sofrer...

Mãe ...

A tua palavra meiga ao deitar ,
esse teu carinho desvanecido ...
Teu alegre bom dia , ao levantar.
Ah! Como era feliz por ter nascido...

Mãe ...

Porque chora meu pobre coração ?
Eu sou homem e luto para viver...
Em menino era a tua devoção,
e deste o teu carinho , para crescer...

Mãe ...

Querida ... como todas as mães da vida ,
porque choro , se Deus te quis levar ?
És sempre presente e nunca esquecida ,
és imagem que sempre vou amar

Mãe ... olha o teu filho.

De menino a homem a idoso ,
sempre lutei pelo bem , que me ensinaste ;
Fui sempre leal , bom e carinhoso ,
nessa estrada certa que me criaste ...

Mas olha o teu filho ó mãe...

Estou por agora criando beleza ...
Sou um homem que não se realizou.
Mas tenho em mim esta grande riqueza,
destas mãos saem ... tudo o que eu sou .

É verdade ó mãe querida ...

Eu não soube , amontoar a riqueza ,
bens materiais me escasseiam na vida ...
Mas criaste caracter de firmeza ;
Só por isso , nunca serás esquecida.

Obrigado ... ó mãe.

Olha estas lágrimas ... são teu presente;
Oferece a Jesus , junto com as tuas ...
ELE decerto ficará contente ,
teu filho vagueará por estas ruas...

Beijos etéreos ... querida mãe.

Estoril – Portugal
30.04.2004