domingo, abril 29, 2007

Poema do livro Água... Vida























A Praia
António Zumaia

Essa areia que o mar já beijou,
ávida de sol... e de amor.
Na areia que o bruto mar tomou,
vê-se agora... com todo o esplendor.

Sereia que nela está deitada,
outra longínqua quis imitar:
Os seus dotes de sereia encantada,
de longe... conseguiu suplantar.

A melodia do canto... encantou;
promessas desse olhar... foram vida
e o trovador... tão louco ficou,
sem querer a tratou... de querida.

Solta e bela, seios atrevidos;
suas pernas, melodiad e amor;
os seus lábios agita os semtidos,
de seu corpo... um estranho calor.

Mas foi seu canto... melodioso,
enfeitiçou... pobre trovador,
que ao ouvi-lo... sentiu-se tão ditoso,
que sem querer, já lhe deu amor.

As sereias que contigo andaram;
lembra... o seu destino perdido,
foi nos poemas... que elas sonharam,
trovador... que apenas foi esquecido.

Esta sereia é o teu destino,
é teu fado... tua vida.
Ama-a no teu louco desatino,
a outra sereia... foi esquecida.

Nota:
Este Poema pode ser lido no livro Água... Vida de António Zumaia
página 21 - Primeira parte / Editora Minerva -Lisboa - 2006

sexta-feira, abril 27, 2007

Poema do livro Água... Vida


















FADO... alma portuguesa
António Zumaia

Fado... que sempre serás fado,
no pulsar da alma Lusitana...
Pois ele... a todos nós irmana,
destino de há muito traçado.

É quando geme uma guitarra,
não anda longe a saudade,
são lágrimas em melodia;
destino traçado seria,nessa dor,
que na realidade,
ao triste fado... nos agarra.

É quando geme uma guitarra,
aqui, neste nosso cantinho,
há que matar essa saudade,
encarar a triste verdade,
com um copo do nosso vinho:
quando nossa alma se desgarra...

É quando geme uma guitarra,
Que há mar longínquo a separar;
desse ente que mais queremos,
na dura saudade vivemos;
de quem precisamos amar,
é que a vida, à dor nos amarra...

FADO onde mostramos nossa dor.
FADO que ilustra a nostalgia...
FADO nos dá a monotonia,
de vivermos... sem nosso amor...

Nota:
Este Poema pode ser lido no livro Água... Vida de António Zumaia
página 92 / Editora Minerva -Lisboa - 2006

quarta-feira, abril 25, 2007

Sonetilho do livro Água... Vida.
















A saudade.
António Zumaia

Que se passe um dia sem te ver,
sinto o pobre coração doer...
E se passo um dia sem te amar,
sinto a triste vida a acabar...

Os momentos de ternura eu quero,
é por isso que sempre te espero...
Sem ti amor, não posso viver,
sem ti a vida, é para esquecer...

Quero esse teu beijo em mim sentir,
quero para mim todo o teu ser...
Como lamento ver-te partir.

Se a tua bela rosa colher,
esse teu perfume, a mim vir...
Enfim, quero contigo viver.

Nota:
Este Sonetilho pode ser lido no livro Água... Vida de António Zumaia
página 51

terça-feira, abril 24, 2007

Poema do livro Água... Vida


















Existência
António Zumaia

Se amar é vida,
por que a perco dia a dia?

Eu amo no extremo...
Tudo o que faço é com amor;
acarinho a sedução do ser,
acaricio num amplexo de doçura,
sussurro poemas quando eu amo.
Dou amor... sem ver,
ela diz não... fico sereno,
aceito sorrindo a dor.

Revolto-me...
Porque estou acabando,
cabelo branqueando,
rugas rasgando.

Se foi tanto amor que dei,
por que vou findar?

O tempo passou e eu amei,
e eu sei... Não posso lutar.

Porque ao soletrar,
o verbo amar... é dar.
Tudo... até a vida.

Nota:
Este poema pode ser lido no livro Água... Vida de António Zumaia
página 96

domingo, abril 22, 2007

POETANDO



















Por amor
António Zumaia

Por favor mulher, vamos fazer o amor.
Sim! Juntar no céu as estrelas e amar,
colher do sol um abraço e o seu calor;
Em corpos juntos, flamejando o sonhar.

Vamos num beijo construir belo jardim.
As flores serão o fruto do nosso carinho,
o teu gemido de loucura ao dizeres sim;
Será mais embriagante, que um belo vinho.

Esmaga sem pudor teus seios no meu peito.
Grita louca a tua dor e teu prazer,
faz o belo trono de mulher, no teu leito
e assim se fará a vida… que se fizer.

Será ária, que nunca iremos esquecer.
Gritarmos loucos o amor realizado;
Num doce toque, dos teus dedos a viver
e a dizer: - Tu para sempre serás amado!

È o teu corpo, o meu divino passeio…
Ver nos teus seios, erecto túmido castelo;
Percorrem-te doidos, nesse mais belo enleio,
os meus lábios o acariciando. É tão belo!

Túrbido aroma na minha alma a cantar;
É nessa dor de amar… perdida para sempre…
É no teu corpo, que morrerei a sonhar;
Neste teu poema, que vive eternamente.

sábado, abril 14, 2007

Meandros da Poesia


















Destino... Dor!
António Zumaia

O destino tapou o teu olhar
e tu ó mulher, não quiseste ver;
Que essa tua estranha forma de amar,
é morte anunciada… e não viver.

Essa venda que assim te cegou,
foi mil mortes nesse amor que existiu.
Mas podes crer, ele por ti passou,
mas tu cega, nem viste que partiu.

Era um céu de vida anunciada,
mas na bruma tudo se diluiu…
Ficaste sem ver e abandonada.

O sonho quebrou-se e já ruiu;
Ficaste tão só… e olhando o nada,
porque outro sonho, ele construiu.

sexta-feira, abril 13, 2007

CANTADAS






















Canto o amor
António Zumaia

Canto o amor à minha maneira;
Doce mulher que é divindade.
Perdido estou… Queira ou não queira;
Porque tu és, a minha verdade.
A simples razão do meu viver;
Razão deste poema escrever…

És a luz que ilumina os meus passos,
melodia que embriaga o meu ser…
O doce amor, que nos prende em laços.
Força que domina o meu querer.
Vem mulher! Nos teus lábios a cor,
desse beijo… que é só amor.

Fomos, somos e sempre seremos,
a luz que se escreve poesia.
Nesta doce paz, que em nós temos;
Nosso amor… nunca foi fantasia.

Poema da Obra Cantadas de António Zumaia

terça-feira, abril 10, 2007

ESPÍRITO DO VENTO
















Ó vento…
António Zumaia

Ó vento sopra baixinho,
brisa suave e leve…
Sopra um doce carinho,
como poema que se escreve.

Ó vento…
Sopra-me as brumas da vida;
Clareia-me o amor…
Vislumbrar mulher querida,
entre as pétalas de uma flor.

Ó vento…
Sopra canções de ninar,
amarei assim o vento;
Vou escrever o teu cantar,
sem uivo ou um lamento…

Ó vento…
Canta-me a suavidade,
da brisa que vem do mar.
Nos alcantis a verdade,
da mulher que estou amar.

Ó vento…
Porta contigo o amor,
dessa mulher… de tão longe.
Claustros duros já sem cor,
que me fazem sentir monge.

Ó vento…
Vem junto a mim com carinho
e juntos vamos cantar;
Como sedentos de vinho,
porque ele nos faz sonhar…

Ó vento…
Essa mulher se a perder,
rugiremos tempestade;
Porque sem ela viver…
Será terrível maldade.

Nota:

ESPÍRITO DO VENTO DE ANTÓNIO ZUMAIA

Ninguém se pode furtar ao vento, cujo poder nada respeita e a todos perpassa da forma que entende, na suavidade ajuda o homem, mas na sua fúria pode destruir e varrê-lo da vida.É ainda no mistério do seu cantar que o poeta o escuta e lhe transmite o que lhe vai à alma. Encanta-o ver esse elemento abraçado ao mar numa parelha de dois loucos que o enlevam a escrever, no entanto o mar não tem a possibilidade do vento, que todos os continentes percorre livremente, é neste sentido que o poeta lhe presta a sua homenagem e o considera na sua poesia.

01 - Espírito do Vento
02 - Vento, meu companheiro...
03 - A dor...
04 - Sussurrando teu amor
05 - Cruz do poeta
06 - Foi sim
07 - A vida no tempo
08 - Vento
09 - Desespero
10 - Liberta-me... Ó Vento
11 - Sou Vento que passa
12 - Só tu... Amor!
13 - Amo-te... mulher!
14 - Rezo no Vento...
15 - Já escrito no Vento
16 - O homem
17 - Loucura
18 - Nunca fui teu
19 - Dar tempo
20 - Simples folha
21 - Acabou
22 - O louco
23 - Solta-me... porque te amo
24 - O grito
25 - Sonho que a vida me leva...
26 - Poeta do sonho

segunda-feira, abril 09, 2007

Quero



















Quero
António Zumaia

Quero o teu amor na minha mão,
beijar-te com loucura minha vida;
Fazer amor até a exaustão,
ter-te em mim sempre, ó mulher querida.

Beijar teus seios em terna loucura;
Dos teus lábios saindo o gemido,
num sugar louco da tua ternura.
Dizer que me amas, ao meu ouvido.

Tudo isso, eu quero que me dês.
Ser poema louco de tanto amor.
Sentir que estás em mim e que me lês,
sentir o teu cheiro e o teu calor.

Abraça-me! No teu corpo eu vou estar,
em êxtase tudo de mim te dou.
Como templo onde ajoelho a rezar,
para te mostrar o homem que eu sou.

Eu quero e o destino me vai dar,
o corpo da mulher, pela qual eu chamo
e neste poema quero gritar:
É esta a mulher que eu tanto amo.

sábado, abril 07, 2007

PÁSCOA

















Páscoa da Ressurreição…
António Zumaia

Vamos celebrar com muito amor,
abrindo em ternura o coração;
Com devoção… pedir ao SENHOR,
por aquele que sofre e é nosso irmão…

Lembrando sempre que foi JESUS,
o Homem que por nós deu a vida…
Lá bem no alto daquela CRUZ,
rezou pela humanidade perdida.

PAI… perdoa, eles não sabem o que fazem…

E foi este o seu grito de dor,
motivo da nossa redenção;
Que nos foi dada com tanto amor…

Mas celebremos com devoção,
elevando a mente ao SENHOR,
pela sua morte… e ressurreição.

Para todos uma FELIZ PÁSCOA lhes deseja de todo o coração
António Zumaia

quinta-feira, abril 05, 2007

FADO


















Fado da minha vida...
António Zumaia

É fado da minha vida,
ter mulher e não a ter...
Sofrer no peito a ferida,
de estar tão longe... a viver.

No fado criei raízes,
que me prendem ao destino;
Seriamos tão felizes...
É meu sonho de menino.

Mas meu destino cumpri,
nesta vida que é meu fado;
Nesta canção eu sofri;
Dor... de não estar a teu lado.

Trinem guitarras à toa,
proclamem a minha dor...
Mesmo o destino me doa,
será dela... o meu amor.

Nota:

FADOS DE ANTÓNIO ZUMAIA

Na alma lusitana sempre as mágoas foram incrustadas na melodia dolente e sofrida desta canção, que para nós representa como que um recrear da palavra por nós inventada, a saudade. SAUDADE… A DOR de alguém querido ausente. O poeta achou por bem, fazer uma mescla da fadista, da guitarra e da saudade e na mistura de tudo isto nasceu a sua obra FADOS. Nela o poeta recreou com carinho um retrato da sua vontade de estar bem dentro da trilogia que procura cantar neste seus poemas.

01 - É meu fado...
02 - Fado perdido...
03 - Doido fado
04 - Lisboa e o fado...
05 - Fado da nossa rua... (Desgarrada)
06 - Fado das rosas
07 - Fado da minha vida...
08 - Só fado
09 - Meu fado... minha sina
10 - Fado da saudade...
11 – Único fado
12 – Fado... alma portuguesa
13 – Simples fado

terça-feira, abril 03, 2007

ROSAS






















São minhas rosas…
António Zumaia

Essa rosas que te dei,
foi doce carinho meu;
Uma prova que eu amei,
no carinho que me deu.

Vermelho é a sua cor...
É meu sonho, minha vida…
São minhas rosas de amor,
que lembram… minha querida.

Com elas foi a ternura
e os meus beijos também…
As carícias e a ventura,
de quando se ama alguém.

Quando as tiveres na mão,
leva aos lábios essa rosa…
Sentirás no coração,
como te encontro formosa.

Essa rosas no teu leito,
são prova do meu amor;
Eu quero ser o eleito,
nas rosas de linda cor…

Uma poisada entre os seios;
Carícia que vou fazer…
Outra ainda nos teus meios
e deixarei se sofrer…

Quero ser teu e tu minha,
dona das rosas… de amores.
Minha mulher e rainha,
coberta de minhas flores...

Nota:

ROSAS DE ANTÓNIO ZUMAIA

As rosas são tal como a mulher, um ser que poisa e irradia amor, é no entanto algo de finito, por sua vontade ou acabando na voragem do tempo. É sempre um amor a prazo e é isso que delicia o poeta e o faz divinizar as duas. Porque ele não pode alhear-se ás duas obras-primas da natureza.
A Mulher e a Rosa que foram inspiração do poeta para estes poemas.

01 - Rosas
02 - As três Rosas
03 - Amor e Rosas
04 - Pétala de rosa
05 - As tuas Rosas
06 - Rosas
07 - Doces Rosas
08 - Rosa da vida I
09 - Rosa da vida II
10 - Minha Rosa, dor...
11 - Rosas brancas
12 - As Rosas não falam...
13 - Rosa vermelha
14 - As Rosas
15 - Rosa amarela
16 - A Rosa e tu
17 - As cinco Rosas de amor
18 - As minhas Rosas I
19 – As minhas Rosas II
20 – São minhas Rosas
21 – Rosas são para sempre
22 – Rosa branca
23 – Minhas flores
24 - Rosa da vida III
25 – Mulher e flor

domingo, abril 01, 2007

ANDORINHA






















Andorinha...
António Zumaia

Esvoaças louca no vento,
gozando de liberdade...
Quem te guia é o pensamento;
Nem conheces a saudade.

O céu é o teu destino,
onde danças livremente;
Tu andas num desatino,
sempre feliz e contente...

Nos espaços cantas a vida,
num chilreio que bem soa...
Chegaste a ser querida,
nesses beirais de Lisboa...

Mas amas a liberdade,
com tuas asas ao vento.
O céu... é tua verdade,
a vida... teu alimento.

No vento tu danças louca,
ninguém te pode prender,
queres liberdade que é pouca,
mas tu a queres viver...

Este pobre trovador,
nas suas mãos te quis ter,
acabou provando a dor
e também, por te perder...

Voa andorinha da vida
e não esqueças do teu ninho,
onde te sentes querida
e te dão o seu carinho...

Este trovador já viu,
que afinal tens coração
e na sua alma sentiu,
que tu não foste ilusão.

Voa andorinha da vida.
Pois serás sempre querida...

Nota:
ANDORINHA DE ANTÓNIO ZUMAIA

Nestes poemas versa a figura mítica de uma andorinha e de um trovador sem esperança, mas extremamente enamorado, Assim ele escreveu doze poemas expondo as mais diversas situações enquanto que a andorinha apenas faz um, mas responde cabalmente ao homem que a pretende aprisionar e cercear o seu desejo de liberdade.
Pode reparar-se ainda, que de forma alguma, o desejo do trovador seja submeter à andorinha ao seu domínio amoroso, mas apenas ele verseja em lamento por não ter a possibilidade de uma presença constante; Dá idéia que a pretende como musa dos seus poemas, mais que a mulher e seus carinhos; Por seu lado a andorinha pretende ser livre e ter apenas o seu ninho de amor nos braços do seu trovador, e por fim voar.

01 – Andorinha
02 – Voa andorinha
03 – Triste andorinha
04 - Andorinha e o Trovador
05 - Teu destino andorinha
06 – Vem andorinha
07 – Esquece andorinha
08 – Pára... andorinha
09 – Vê andorinha
10 – Da andorinha ( Pobre trovador)
11 – Morreu a andorinha
12 – Andorinha esquecida

António Zumaia
Sines - Portugal